Educação Profissional
Sistemas de ensino se articulam para oferecer ensino técnico
Com a realização do seminário de Educação Profissional e Ensino Médio,
concluído nesta sexta-feira, 11, em Brasília, o Ministério da Educação
iniciou o debate sobre a ampliação da oferta de ensino técnico
concomitante, modalidade em que o aluno cursa o ensino regular em um
turno e a formação profissional em outro.
Agora, um grupo de
trabalho formado por membros das secretarias estaduais de educação, do
Sistema S e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia
discutirá a articulação entre as instituições que ofertarão o ensino
profissional e médio. Os estudantes dessa modalidade de ensino serão
beneficiários da Bolsa-Formação, por meio do Programa Nacional de Acesso
ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec).
O evento reuniu mais
de 250 participantes que debateram estratégias para a modificação do
currículo no ensino médio nas escolas que aderirem ao projeto, criação
de grupos de trabalho, democratização do acesso e permanência, além de
assistência estudantil.
De acordo com o secretário de educação
profissional e tecnológica do MEC, Eliezer Pachaco, “nos últimos anos o
Brasil conseguiu desenvolver um projeto extremamente consistente de
educação profissional. É certo que com esses passos escrevemos uma
página importante na história do país”.
Além dos estudantes,
serão prioritários no programa os trabalhadores beneficiários do
seguro-desemprego e dos programas de transferência de renda do governo
federal. Também serão atendidos jovens em conflito com a lei,
quilombolas e ribeirinhos.
A diretora de integração das redes de
educação profissional e tecnológica, Patrícia Barcelos, destaca a
abrangência do Pronatec. “O Pronatec é um programa nacional que
sistematiza e integra todas as ações da educação profissional. Ele tem a
função de potencializar a capacidade instalada dos sistemas de ensino
técnico”, explica.
Modelos - Durante o evento
também foram apresentadas experiências. Uma delas acontece em Porto
Alegre, no bairro Restinga. Nesta localidade, 29 estudantes da Escola
Estadual Raul Pilla têm acesso ao curso de manutenção e suporte em
informática, com carga horária de mil horas, distribuídas ao longo de um
ano e meio, na modalidade concomitância externa (aulas do curso técnico
aplicadas no turno inverso ao do ensino regular). As aulas técnicas são
realizadas no campus Restinga do Instituto Federal do Rio Grande do
Sul.
Outra experiência de trabalho conjunto acontece em Sergipe.
Lá, desde 2010, são ofertados pelo Senai, cursos de técnico em
administração, para 30 alunos do Colégio Estadual João Alves Filho, e de
técnico em segurança do trabalho, para 30 alunos do Colégio Estadual
Presidente Médice.
Além disso, outros 100 alunos da rede
estadual têm acesso a cursos técnicos em zootecnia e em agropecuária no
campus São Cristovão do Instituto Federal de Sergipe. A diretora do
serviço de educação profissional em Sergipe, Rivânia Andrade, destaca o
trabalho para a implantação deste tipo de projeto. “Considero essas
parcerias exitosas, pois trabalhamos desde o planejamento. Todas as
ações da concomitância foram realizadas pelas equipes pedagógicas e
professores das instituições envolvidas”, afirma.
Mercado -
Entre 1995 e 2005, o Brasil gerou 17,5 milhões de vagas em empregos
formais, mas somente 1,8 milhão foram preenchidas por pessoas com até 24
anos. Um dos objetivos da atual política de educação profissional é
qualificar os jovens para ocupar os postos de trabalho que necessitam de
mão de obra especializada. Em 2010, as matrículas no ensino técnico
ultrapassaram a marca de 1 milhão, de acordo com o censo da educação
básica. Em torno de 19% dessas matrículas pertencem à modalidade
concomitante e o restante está distribuído entre o técnico subsequente
(62%) e o técnico integrado (18,9%).
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