Kallil Assis conseguiu passar no vestibular da Universidade Federal de Goiás. A faculdade de Geografia fica em Jataí, no interior do estado.
Kallil chegou com a irmã para o primeiro dia de aula e no caminho já encontrou amigos. Em sala, da primeira fila, acompanhou a apresentação dos professores do curso de Geografia.
A faixa de parabéns ainda está na porta da casa da família desde o dia
em que saiu a lista dos aprovados da Universidade Federal de Goiás. Teve
até festa para comemorar essa conquista. “Valeu a pena o apoio que a
gente deu para ele. É uma superação, porque muitas pessoas ainda têm
preconceito com a Síndrome de Down”, diz a irmã do garoto.
Na infância, Kallil estudou apenas dois anos em uma escola especial.
Depois os pais decidiram que ele iria frequentar um colégio que oferece
ensino regular. Lá, Kallil aprendeu não só a ler e a escrever. Foi
frequentando a escola e se relacionando com outros estudantes, que ele
decidiu dar um passo importante na vida de muita gente: ir para a
universidade.
“Isso é um exemplo para a sociedade em geral começar a observar essas
pessoas de uma forma diferente. O mercado de trabalho tem que pensar
nessas pessoas como pessoas ativas, que elas conseguem ter sua condição
de sobrevivência”, acredita Márcio Freitas, ex-professor de Kallil.
O maior orgulho da família é que ele concorreu de igual para igual, não
teve uma correção diferenciada, um procedimento comum para candidatos
com necessidade especial.
A família torce para que outros portadores da Síndrome de Down sigam o
mesmo caminho. “A gente gostaria que não a imagem do Kallil, mas a
situação servisse para contribuir com os outros pais que vivem a mesma
situação. Para que eles possam acreditar em seus filhos, investir em
seus filhos”, diz Eunice Tavares, mãe de Kallil.
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